segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O DRAMA, O HORROR....

Hoje foi dia de vacinas. Podia ser apenas um dia normal, ir até ao hospital com o Baby S, levar 3 picas e tá feito. Só que não... Salvador, o Terror! Salvador, o Dramático! Juro que não sei como é que as pessoas (coitadas) que estão na sala de espera do hospital, e todas as outras que estão para lá da porta da sala onde estávamos nós, não ligaram para a Segurança Social cheios de medo de estarmos a matar a criança. Ninguém tem noção. Se eu achava que a Nô (a minha filha mais velha de 10 anos) era uma fiteira/dramática ao mais alto nível, então este puto bate isso tudo aos pontos. Nem dá hipótese.
Sabem aquele olhar fuzilador de "Ah seu filho de uma grande p***! Olha que eu tou a ver bem quem tu és... e és tu que me estás a espetar cenas nos braços, seu grande c*****!" Quase que jurava que era isso que lhe passava pela cabeça de cada vez que olhava para o enfermeiro (que era um querido e teve uma paciência de Santo.) Só espero que não tenha ficado surdo. Eu ainda tou com um zumbido nos ouvidos.
É que foram 3 vacinas (duas delas no mesmo braço) e um berreiro do camandro. Ok, há coisas piores (que há) mas, no nosso caso, não é só o drama dos filhos, é o drama do Pai. Sim, o drama do Pai. E aqui entramos em toda uma nova dimensão de drama elevado ao expoente máximo.
Não cheguei a conhecer o meu sogro (com muita pena minha) mas sei que era médico. Em casa de ferreiro, espeto de pau, não é assim? Ora, o meu pai é piloto aviador e eu tenho pavor de andar de avião. O meu sogro era médico e o meu marido tem pavor de hospitais, médicos, evita tudo o que tenha a ver com isso: medicamentos, falar de doenças e, agora, calma... vacinas e tirar sangue. Não, é demasiado drama para mim. O homem desmaia senhores!!!! Ou seja, tenho de lidar com o drama dos filhos e o drama do Pai. Só para terem uma noção, na 1ª consulta de obstetrícia durante a gravidez do Salvador (o Gil vai matar-me mas vou contar-vos na mesma), estava eu muito descansadinha de perna aberta na marquesa a fazer a primeira ecografia e começo a sentir a mão do Gil (que estava em pé ao meu lado a dar-me a mão, que romântico, não era isso que estavam a pensar suas marotas) a abrir ligeiramente e sinto que ele estava a abanar também assim um bocadinho. Desviei os olhos do ecógrafo para olhar para ele e estava branco. Perguntei-lhe "Mor, tás bem?" porque já sei o que a casa gasta e respondeu-me um singelo "Sim...." seguido de "lpskjyhryubdckpaoscii9unspod......", lol! Pois, não percebi o resto porque o homem parecia uma folha de papel a pairar no ar e a cair devagarinho no chão. Entretanto a Dra. Olga apercebe-se (isto em coisa de segundos) e só tem tempo de gritar "Enfermeira traga-me uma cadeira JÁ JÁ JÁ!!!!!!! Mas não é para a Mãe, é para o Pai." (esta última frase já com um ar um bocadinho de gozo, convenhamos) A sério? Na 1ª ecografia?? No parto eu já sabia que ele não podia estar mas na 1ª ecografia? A partir dali, como devem calcular, sempre que íamos a uma consulta, a preocupação da minha médica era com o Pai e não com a Mãe, a grávida. Assim que entrávamos no consultório era imediatamente ajeitada uma cadeirinha para o senhor Gil, não fosse dar-lhe o badagaio ali e cair-nos estatelado no meio do chão. 
Por isso, pensando bem, até que não estranho o drama do Salvador hoje no Hospital da Luz. Assim que o enfermeiro se aproximava e lhe limpava o braço, abria a goela e lá vai disto! Olhem, uma canseira... agarrar o Baby e estar de olho no Pai, não é fácil, trust me. Bem melhor portam-se os nossos cães, esses sim, uns valentões, não é nada com eles. Agora eu, fónix! Saio de lá moída, surda e com vontade de levar eu as vacinas em vez deles. 
Haja paciência.


Arrojinha*

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